No sábado fui até Lisboa ver o desfile das máscaras ibéricas. Gostei tanto!
Nunca tinha visto nenhum careto ao vivo, e ver assim tantos (eram à volta de 30 grupos) foi fantástico!
Uns caretos mais exuberantes que outros, tanto nos trajes como no comportamento, as cores, as máscaras, o som dos chocalhos, dos bombos e das gaitas de foles foi absolutamente emocionante!
Foi bom ver que a grande maioria das pessoas por trás das máscaras são jovens cheios de garra e de brio pelas suas tradições; esperemos que estas se perpetuem por muitos e longos anos!
Para quem quiser compreender um pouco melhor as origens destas tradições deixo aqui este excerto que tirei
daqui
(...)"As máscaras de Carnaval derivam do paganismo, ao culto dos mortos.
Para os pagãos da antiguidade, um dos meios para conciliar os maus espíritos era antropomorfizá-los.
Embora haja actualmente uma real explicação histórica para estes eventos, não podemos colocar à margem o pensamento mito-religioso destes acontecimentos sem subtrair ainda a simbologia que neles encerram.
Estas festas de Inverno do Nordeste de Portugal e na vasta zona de Zamora, são essencialmente da responsabilidade dos rapazes, sempre acompanhados por alguém menos jovem, que vai passando o testemunho da sua experiência e assim manter intactas as tradições populares.
Geralmente os rapazes reúnem-se para a missa do Natal. Após a eucaristia entram então em cena os “caretos”, para surgir com acutilância, a crítica social, camuflada por uma comédia bem direccionada.
São autênticos seres mágicos e satânicos, tudo levado a preceito para atormentar as almas e castigar os corpos das suas “vítimas” preferidas: as belas moças da localidade, que são o alvo apetecido dos folguedos mais ou menos atrevidos, com grande variedade de máscaras.
(...)No entanto, os principais rituais acontecem pelo Natal e Ano Novo.
O primeiro tem a ver com antigas festividades solesticiais de Inverno, com grandes fogueiras em honra do “Natale Solis Invicti”; é a luz que vence a noite; é nesta ocasião que a luz do dia aumenta e a escuridão diminui.
O segundo ritual encosta-se à Mitologia: No passado, ao tempo da ocupação celta e romana, por estas bandas, fazia-se a “expulsão” do Ano Velho e a celebração da entrada do Novo."