sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Histórias de Aqua Alba - Quinta da Bela Vista

A semana passada ajudei a minha filha mais velha (que anda no 3º ano) a fazer um trabalho sobre a história do Cacém. Embora já conhecesse de passagem grande parte dos espaços que fazem parte da sua história, nunca fui propositadamente vê-los in loco, mas quanto mais lia mais vontade tinha de conhecer o seu passado.
Com vestígios da era pré-histórica e com documentação que data do séc. XIII, o Cacém sempre foi uma área habitada; desde a ocupação romana, passando pela ocupação muçulmana ( que tantos vestígios deixou no concelho de Sintra), a sua própria localização, entre Lisboa e Sintra, fez com que cada vez se fixasse aqui mais gente; mas mantendo sempre as suas características rurais, e ainda no início do século passado era constituído essencialmente por grandes quintas; no entanto nos anos 60 assistiu-se a um boom de construção desenfreada que acabou por transformar o Cacém numa das maiores cidades do distrito de Lisboa onde vivem milhares de pessoas e onde convivemos com imensos problemas urbanísticos e sociais.
Hoje, aproveitei o dia de sol, para ir visitar o 1º dos sítios que fazem parte deste roteiro histórico que pretendo fazer; trata-se da Quinta da Bela Vista onde viveu Joaquim Ribeiro de Carvalho, figura ilustre do século passado no Cacém.
A Casa encontra-se em avançado estado de abandono e degradação, apesar de ainda manter alguns painéis de azulejos em bom estado, muitos dos muros estão vandalizados e actualmente a casa serve de ponto de encontro para muitos toxicodependentes.
Uma cidade da dimensão do Cacém e com o seu património histórico-cultural devia preservar melhor este tipo de imóveis; o Cacém merecia ,por exemplo, que aqui funcionasse a biblioteca, em vez do sítio onde ela está localizada; ainda para mais as traseiras desta casa dão para um parque ( antigos terrenos da Quinta ) que foi recuperado pelo projecto de requalificação urbana Polis, mas que também já começa a dar sinais de degradação.
Eu sei que as autarquias têm poucas verbas, mas se não preservarmos este tipo de património, dentro de pouco tempo o que restará serão apenas algumas fotografias e vagas histórias de pessoas que ajudaram a construir esta terra.














5 comentários:

  1. Ai que casa mais linda, euromilhões que não me sais...
    e esse tipo de casas dão hoteis belíssimos!

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    1. É tão bonita, realmente é uma pena ...
      Mas as poucas Quintas que ainda existem estão assim neste triste estado :(

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  2. Adorei estas fotografias , passei muitas vezes por esta casa , adorava que tirasse mais fotos da quinta !

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    1. Obrigada!
      A quinta foi transformada num parque urbano ( na altura da Polis) que vai até à ribeira das Jardas ( que, não sei se sabe, sofreu uma profunda intervenção). Na fotografia das traseiras da casa consegue ver uma parte da quinta, que penso que não se tornou pública pois está vedada, onde se pode ver uma espécie de horta...

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    2. Sim , eu conheço esta zona , não me lembro da quinta habitada , mas a minha mãe lembra-se , gostei igualmente da "Rua dos gatos " achei muito engraçada a ideia , cheguei a ver esse prédio habitado por uma senhora que morava no 1º direito (costumava estar à janela) .

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