sexta-feira, 4 de setembro de 2015

The End

Criei este blogue sensívelmente um mês depois de saber que o meu pai tinha cancro.
Aqui criei um espaço onde celebrava a vida, a beleza e o amor; foquei-me nas pequenas coisas do dia a dia que me faziam sorrir e partilhei-as aqui com quem comungava dos mesmos gostos que eu, mesmo que quase ninguém passasse por cá escrever aqui era um acto terapêutico que me fazia muito bem.
Ontem fez um mês que o meu pai faleceu. Continuo a gostar de sentir o sol na cara, de contemplar as árvores e as flores e todas aquelas subtilezas com que a natureza nos presenteia todos os dias.
Pouco antes do meu pai falecer e semanas depois de ter falecido toda esta beleza era de uma tristeza esmagadora, por saber que ele já não estava aqui para vivenciar tudo isto; agora sinto e vejo as coisas com ainda mais intensidade, sinto e vejo as coisas pelo meu pai.
A vida é muitas vezes injusta, sim, mas é uma dádiva que não devemos desperdiçar, devemos estar presentes, amar a nossa família e amigos, usufruir de todas as coisas boas que a vida tem para nos dar e viver de forma inteira e honesta porque o nosso dia há-de chegar.
O dia do meu pai chegou demasiado cedo mas enquanto viveu amou e foi amado, fomos uma família muito feliz e sei que o meu pai partiu em paz rodeado das pessoas que mais o amavam.
O meu pai há-de continuar a viver nos nossos corações e na memória daqueles cujas vidas se cruzaram com a dele.
Há-de ser lembrado pelo enorme sorriso e pelos olhinhos brilhantes, pela sua bondade e generosidade mas acima de tudo pelo seu bom humor e pelas calinadas gramaticais que dava!
Tenho muitas, tantas saudades do meu pai mas também tenho tantas e tão boas recordações... enfim, a vida é mesmo assim ...
E tal como tudo na vida, que tem um prícipio, um meio e um fim, também este blogue termina aqui o seu ciclo.
Obrigada a quem por aqui passou e dispensou um pouco do seu tempo a ler e/ou a comentar, fez-me bem :)

" Façam o favor de ser felizes."

- Raul Solnado -


10 comentários:

  1. Dulce, lamento muito e apenas te desejo força nestes primeiros tempos que são muitíssimo conturbados e nos suscitam muitas dúvidas sobre o sentido de coisas ou situações que julgávamos compreender. Perdi a minha mãe relativamente cedo. Cedo para nós, filhas, e cedo para ela. O que te posso dizer é que passados quase 16 anos, é dela que me lembro ao adormecer e ao acordar. Uma doce lembrança. Saudades, muitas saudades de encostar a minha cara no seu rosto. E agora caem-me lágrimas umas atrás das outras como se ela se tivesse ido ontem. Tudo na vida tem um fim, tens razão nisso. O bom e o mau. Talvez voltes, com outro blog, outro registo, numa outra ocasião. Por agora, compreendo-te. Um beijinho grande e coragem. Val

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  2. Muita força para lidares com esta perda, nunca se recupera, apenas aprendemos a viver com o vazio que se instala.
    Muitos beijinhos e um abraço apertado, volta quando puderes.

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  3. um grande, grande beijinho. e coisas boas :) *
    Ana

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  4. :(
    Dulce, um grande beijinho e um abraço.
    Espero um dia voltar a ter notícias tuas.
    Rita

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  5. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  6. Só agora vi esta terrível notícia. Que o teu pai descanse em paz. E tu, tens uma vida pela frente para o relembrares com uma ternura e uma saudade sem igual (sei do que falo, o meu pai morreu en janeiro).Oxalá um dia mude de ideias e voltes a dar vida a este espaço.
    Um beijo amigo

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  7. Dulce, há muito, muito tempo que não visto qualquer blogue. O meu vou alimentando, embora com posts cada vez mais raros. Mas ja´tinha pensado em si diversas vezes, nas nossas "conversas" sobre os cantinhos da Serra da Estrela. Não sei se me segue em alguma outra rede, mas se comunicamospor lá, não a identifico como esta Dulce. Há pouco revisitei por mero acaso um post antigo meu e vi um dos seus comentários. Foi a oportunidade para dar um pulo até aqui... o resto é fácil perceber.
    Em resumo, sei que esses processos têm um tempo. Avanços, recuos... espero que esteja bem e deixo-lhe o meu abraço apertado. Se ainda vir este meu comentário, fique a saber que apesar de não lhe fazer visitas por aqui, sinto falta das nossas partilhas.
    Até sempre! <3

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  8. Olá, também eu passei e passo por tudo o que descreves. Revi-me em cada palavra que descreveste. O tempo não cura, mas alivia, e a saudade permanece. Vir aqui é bom, faz bem e faz-nos perceber que há tantas pessoas como nós. Acho que um dia vais voltar e voltaremos a partilhar. Um beijinho

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  9. Olá, também eu passei e passo por tudo o que descreves. Revi-me em cada palavra que descreveste. O tempo não cura, mas alivia, e a saudade permanece. Vir aqui é bom, faz bem e faz-nos perceber que há tantas pessoas como nós. Acho que um dia vais voltar e voltaremos a partilhar. Um beijinho

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