terça-feira, 3 de junho de 2014

Voltar

Aos caminhos da minha infância.
Foi o que fiz no sábado. Ia apenas buscar a pequenota a casa dos avós, mas já há algum tempo que havia uma espécie de magnetismo que me puxava para um certo caminho e hoje não foi excepção; sigo ou viro?
Virei, parei o carro e percorri os caminhos onde já não passava desde criança.
Só ouvia o som dos meus passos, o rumor do vento na folhagem, os pássaros e lá ao fundo a água!
O trilho está limpo, não foi esquecido, mas também como esquecer e abandonar um sítio destes? Como é que eu passei tantos anos sem voltar?
Vejo a velha Azenha, a mó ainda está no mesmo sítio; a figueira cresceu, vê-se o rio, ouve-se a cascata!
Desço pelas pedras e pelas raízes, passo rente à água, salto mais umas pedras e lá está ela : A Cascata do Mourão!
Que saudades! As árvores cresceram tanto, o lago parece mais pequeno ... que lindo! Que paz! Sento-me numa pedra e ali fico um bom bocado. Fui tão feliz aqui, tantas vezes desci e subi este rio de pedra em pedra, à procura de uma passagem onde não molhássemos os pés.
Que pena as minhas filhas não terem esta liberdade; são meninas da cidade e mesmo se as levasse ( que as hei-de levar) hesitariam ao saltar as pedras, teriam medo de cair ... corri e saltei tanto, caí e arranhei-me tanto ... fui tão livre!
Foi tão bom voltar!















2 comentários: