quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Saloia?! Com muito gosto!!

O que me comove cada vez mais são as tradições e as pessoas que tudo fazem para as perpetuar.
 O progresso ( quando bem intencionado)  é excelente, facilita-nos imenso a vida em tantos aspectos e permite-nos fazer coisas que há 50 anos eram impensáveis ou muito mais difíceis de concretizar.
Mas aquela malha de saberes e costumes ancestrais que passaram de geração em geração e que nos foram forjando enquanto povo e alicerçando o país, comove-me.
Sejam ofícios, música, comida, danças ou outras manifestações de cariz cultural e tradicional, cada vez mais me interessam e me deixam orgulhosa da nossa identidade e do nosso património etnográfico.
Se por um lado constatamos que muitos desses saberes se vão perdendo à medida que os mais velhos vão morrendo, por outro vê-se aqui e ali pessoas que tudo fazem para resgatar esse passado e transmiti-lo às gerações futuras.
Assim de repente lembro-me da Catarina Portas e da Rosa Pomar que têm feito um trabalho execpional, mas felizmente há muitas outras pessoas, mais ou menos anónimas, que também vão trabalhando nos bastidores e que tudo fazem para ir remendando os buracos, puxando as malhas para que gerações futuras possam continuar a vestir a camisola com orgulho!



Feira das Mercês - Leal da Câmara ( 1940 )


Este post vem a propósito da minha segunda incursão à Feira das Mercês. As minhas recordações mais remotas são de ir com os meus pais e os meus avós a essa feira e comer umas pêras pardas; depois deixei de ir e quando voltei, já em adulta, fiquei tão desiludida porque já nada restava daquela feira de cariz tradicional onde se vendiam os produtos locais e sazonais.
O ano passado, pela 1ª vez em muitos séculos, não houve feira, mas este ano vi os cartazes castiços, estava sol e decidi ir e em boa hora o fiz!
Que feira tão bonita e tão bem organizada, novamente com as bancas de flores, ervas, frutas e frutos secos, doces, pão e vinho aqui da zona saloia, assim como cestaria, artigos em cabedal e as saudosas mantas e almofadas de retalhos que as nossas avós faziam e além disso quase todos os vendedores estavam vestidos de saloios.
Além da zona das bancas também havia a zona dos carrocéis e da restauração onde se podia comer a famosa carne às Mercês! Ah e as típicas pêras pardas que acho que só se encontram aqui nesta zona.
Todo o ambiente da feira, as pessoas, a música do grupo folclórico e por fim a luz que iluminava a capelinha de onde saiu a procissão me comoveram.
Um grande bem hajam a todos os que não deixam as tradições morrerem!









3 comentários:

  1. Sou como tu, acho um povo nunca deve perder a sua identidade - não tivesse eu ido para História - e penso que o futuro passa mesmo por saber balançar as novas tecnologias com o saber antigo, de outra maneira estamos condenados. E felizmente parece que começamos a ir no bom caminho.
    beijinhos

    ResponderEliminar
  2. em relação à azeitona, havia muita, de um momento para o outro ficou toda seca, e a que não está seca, está picada da mosca. Os mais velhos dizem que há certas aragens que trazem males e secam as coisas, começo a acreditar que sim. E vou começar a aprender a ter azeite sempre suficiente para dois anos porque só apanhei porque tinha pouco...

    ResponderEliminar
  3. Há tanto tempo que não visito essa feira!
    Vou tomar nota e ver se da próxima vez não me falha!

    ResponderEliminar