Somos um constante work in progress ... somos tão permeáveis ao que nos rodeia que estamos em contínua metamorfose.
Nos últimos 10 anos muita coisa mudou em mim, poderia até dizer que me transformei noutra pessoa. Embora assim à superfície continue a ser a mesma sinto e sei que muita coisa mudou dentro de mim.
Para começar, há 10 anos atrás, fui mãe; este acontecimento vira a nossa vida do avesso, transforma-nos e muda muito a maneira como vemos as coisas.
Nos últimos 10 anos a forma como a informação chega até nós mudou drasticamente, quer queiramos quer não estamos sujeitos a um constante e permanente fluxo de informação.
Aprendemos a separar o trigo do joio de acordo com a nossa personalidade e os nossos interesses; lemos mais; reflectimos sobre o que vamos lendo e ouvindo e cá dentro vão-se reorganizando as "gavetas".
Portanto a mudança é inevitável .
A minha vida e o meu dia a dia, pelo facto de ser mãe e educadora de infância, está intrinsecamente ligado às crianças; cada vez mais me dou conta da enorme responsabilidade que é ser mãe e educadora; chega a ser esmagador.
Portanto a mudança é inevitável .
A minha vida e o meu dia a dia, pelo facto de ser mãe e educadora de infância, está intrinsecamente ligado às crianças; cada vez mais me dou conta da enorme responsabilidade que é ser mãe e educadora; chega a ser esmagador.
Cada vez me questiono mais sobre a forma como as estou a educar; estarei suficientemente presente; estarei a dar-lhes a liberdade e o espaço de que precisam para se encontrarem, para saberem quem são e o que querem; saberei eu ouvi-las e respeitá-las ou estarei a ser demasiado ditadora, impondo aquilo que eu acho que é o mais correcto só porque sou mãe? Estas e outras dúvidas também me assaltam enquanto educadora.
Na escola, assim como nos infantários, onde eu me incluo, estaremos nós a fazer um bom trabalho?
Não, estamos mesmo muito longe disso. Está tudo mal.
Aperceber-me disso tem-me trazido uma grande tristeza, uma grande sensação de impotência. Sinto-me à deriva e não sei para que lado devo remar.
Outro dia li este post sobre conexão, gostei muito de ler este parágrafo em particular :
"Como diz a Naomi Aldort no seu livro "Taking the struggle out of parenting", em muitas situações do dia a dia é mesmo preciso percebermos que o problema está em nós e naquilo que trazemos connosco ao longo da nossa experiência de vida. Aquilo que estamos a sentir em determinado momento, muitas vezes sentimentos negativos em relação à criança, nada têm a ver com ela, mas sim connosco e com o que estamos a sentir. Precisamos distanciar-nos dos nossos sentimentos, sairmos da nossa cabeça e sentirmos a criança e a sua necessidade e ao fazermos isso estamos a criar conexão com ela. Ao ouvi-la, ao percebermos a sua necessidade, ao respondermos a essa mesma necessidade com amor, com compaixão, estamos a amá-la incondicionalmente, a apoiá-la e a criar uma relação poderosa, afectuosa e baseada em amor."
Parece simples não é? Mas é tão difícil, porque nos geral somos seres muito egocêntricos e com a mania de sermos " donos da verdade". Acredito que muitas questões que provocam tensão entre pais e filhos e no fundo entre todos nós tem a ver com o facto de estarmos desconectados.
Tenho um grande respeito pelos educadores de infância. É um trabalho de uma responsabilidade imensa, não só para com as crianças mas também pelos pais. É preciso vocação e muito gosto pelo que se faz.
ResponderEliminarÀs vezes fico assoberbada com tamanha responsabilidade e sinto que não estou à altura ...
EliminarOlá Dulce, não sabias que és educadora. Imagino ao que "assistes" no teu dia a dia. Já não tenho filhos pequenos, mas no tempo em que eles andavam nos infantários, via, muitas vezes por força das circunstâncias , muitas crianças que reram literalmente despejadas de manhã e só saiam de lá, noite fechada. Perguntava-me na altura se valia a pena ter filhos para isso. Parece que hoje em dia se transfere muito da responsabilidade da educação para os estabelecimentos. Os pais não têm tempo de ser pais. Tens uma profissão dura. Doce e dura ao mesmo tempo. Bjs!
ResponderEliminarInfelizmente isso ainda acontece, temos meninos que entram às 7h da manhã e saem às 20h! Passam 13h no Colégio!!!
EliminarMas nestes casos em particular é porque os pais trabalham longe e não têm família perto ...
Depois temos os outros pais que nos dias de folga vão lá deixar os miúdos e à tarde vão busca-los ainda com areia nos pés e a exibirem o escaldão -_-