Feeling lazy ...

Tenho a sorte de poder vir a casa no meu intervalo de almoço; umas vezes organizo umas coisitas cá em casa, mas a maior parte das vezes, confesso, que aproveito para ir espreitar os meus blogues favoritos ou dormir uma sesta ... tanto uma acção como outra tem a mesma função, permitem-me desacelerar e sentir um certo conforto ... a parte chata é que quando chega a hora de regressar ao trabalho a vontade não é nenhuma ...
Andava aqui a ver as minhas coisas e a pensar : " Um dia não terei de sair de casa num dia de chuva como este, e poderei ler um livro tranquilamente na minha poltrona numa sala como estas. "

imagens via http://www.housetohome.co.uk/countryhomesandinteriors

Sabonetes

Embora reconheça que os sabonetes líquidos são mais prácticos e higiénicos, por vezes sinto saudades dos sabonetes tradicionais; além da sua óbvia função serviam também para perfumar gavetas e, acredito, que por vezes, qual sessão de aromoterapia qual quê, serviam para aliviar certas melancolias e crispações do dia a dia através do seu perfume.
Lá em casa habitualmente usávamos o Lux; já em casa da minha avó era o célebre Feno de Portugal ; de vez em quando, quando vou ao supermercado, gosto de me ajoelhar ( pois, porque eles agora estão todos na prateleira de baixo ) e, fechando os olhos e sentido o perfume dos sabonetes que fizeram parte da minha infância, consigo visualizar-me criança nos espaços onde cresci ... sinto um aperto cá dentro, saudades dos tempos que já não voltam mas sei que fui muito feliz, feliz e a cheirar bem !

Outro dia o meu marido viu estes sabonetes numa loja e trouxe; além de cheirarem muito bem, cada um tem a sua finalidade e a embalagem é encantadora ...

Andei à procura do anúncio do " Feno de Portugal " mas não encontrei em lado nenhum :(

Deixo aqui as imagens do Lux e do Feno de Portugal.

Planeta tangerina

Já aqui tinha falado na admiração que sinto por certos livros infantis, principalmente pelas ilustrações.
Pois é, os livros da editora Planeta tangerina além de terem ilustrações absolutamente irresístiveis têm também histórias encantadoras ...
Olhar para a loja e ver todos aqueles livros faz-me soltar um suspiro profundo ... quem me dera ter todos ... até lá partilho aqui alguns dos que gostava de ter  ( quase todos ) para suspirarem também :)

Até ao final do mês, na compra de algum livro na loja online, recebem como oferta um caderno Planeta Tangerina !
Não deixem de espreitar  http://www.planetatangerina.com/pt/loja

Janelas

Desde sempre me lembro de sentir um certo fascínio por casas velhas; quando era pequenita lembro-me de meter o nariz nalgumas casas velhas e azenhas que havia na aldeia onde vivia; sentia sempre uma grande excitação, 1º por estar em propriedade privada e saber que supostamente não devia andar ali, depois pelas descobertas que fazia; desde fotos, cartas, louça e outros objectos pessoais que jaziam por entre móveis destruídos, muito pó e teias de aranha e que por qualquer motivo tinham ficado para trás ...
Entretanto com o passar do tempo perdi esse hábito e além disso a maior parte das casas abandonadas hoje em dia têm as portas e janelas seladas com tijolos.
No passeio de domingo passamos por algumas casas e palacetes abandonados em Sintra; tive vontade de entrar e explorar alguns desses sítios mas com duas filhas pequenas estava completamente fora de questão .

Se eu fosse fotógrafa gostaria de editar um livro sobre janelas; de preferência de casas abandonadas com cortinas desbotadas pelo tempo por onde escapam murmúrios do passado...

As fotos que se seguem são de janelas que por qualquer motivo me suscitaram o interesse; umas são de casas velhas e abandonadas outras não .

Ainda por aqui ...

Mais algumas fotos do passeio de ontem :)

Por aqui ...

Ontem os meus macaquinhos no sotão faziam um barulho ensurdecedor dentro da minha cabeça , quando o que eu mais precisava era de silêncio ...
Hoje, aproveitamos o sol e fomos passear a Sintra ... os macaquinhos ficaram por lá a baloiçarem-se nas árvores :)

claro que não pôde faltar o belo do travesseiro ;)

amanhã ponho mais ;)

silêncio por favor ...

Chove. Há SilêncioChove. Há silêncio, porque a mesma chuva
Não faz ruído senão com sossego.
Chove. O céu dorme. Quando a alma é viúva
Do que não sabe, o sentimento é cego.
Chove. Meu ser (quem sou) renego...

Tão calma é a chuva que se solta no ar
(Nem parece de nuvens) que parece
Que não é chuva, mas um sussurrar
Que de si mesmo, ao sussurrar, se esquece.
Chove. Nada apetece...

Não paira vento, não há céu que eu sinta.
Chove longínqua e indistintamente,
Como uma coisa certa que nos minta,
Como um grande desejo que nos mente.
Chove. Nada em mim sente...

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"

imagem via http://br.freepik.com/fotos-gratis/chuva-na-janela-1_363197.htm

Desabafo

Às vezes, entre um dia passado num emprego que já há algum tempo não me preenche; entre a loiça a roupa e a casa que parece que nunca está em ordem; entre os cuidados e atenção que duas filhas pequenas precisam e o pouco tempo que tenho para mim, para dedicar àquilo que gosto de fazer pois o cansaço é tanto, ocorre-me a frase do Pedro Paixão : " Viver todos os dias cansa "... sad but true

Não percebo como é que organizamos a nossa sociedade desta maneira, auto escravizando-nos e desperdiçando uma dádiva preciosa, que é a vida, numa correria sem sentido que começa logo de manhã cedo, ainda com tanto sono e tirando bébés e crianças das suas caminhas interrompendo um sono sagrado e metendo-as num carro que as vai levar à escola, aos A.T.L's, às amas , às avós, whatever, enfrentando antes um trânsito infernal ... temos os filhos mas depois passamos a maior parte do tempo longe deles; quando ao fim de um dia de trabalho, que muitas das vezes não nos satisfaz, nos voltamos a reunir já é tarde, há banhos, e t.p.c's e jantar para fazer, o cansaço fala mais alto, só pensamos na hora de ir para a cama e no dia seguinte começa tudo outra vez ...

Fica aqui a questão da Mafalda ( Quino ) que eu faço a mim mesma várias vezes : " Porque é que esta vida que se ganha, tem de gastar-se a trabalhar para ganhar a vida ?

Ando aqui a pensar num plano B ...

Olhando para a direita e para a esquerda ...

Às vezes levo a máquina fotográfica comigo de manhã e, entre deixar a filhota em casa dos avós e a chegada ao trabalho, paro por uns momentos e tento registar imagens que, aos meus olhos são especiais.

Fernando Pessoa sempre

Alberto Caeiro

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O meu olhar é nítido como um girassol. Tenho o costume de andar pelas estradas Olhando para a direita e para a esquerda, E de vez em quando olhando para trás... E o que vejo a cada momento É aquilo que nunca antes eu tinha visto, E eu sei dar por isso muito bem... Sei ter o pasmo essencial Que tem uma criança se, ao nascer, Reparasse que nascera deveras... Sinto-me nascido a cada momento Para a eterna novidade do Mundo...Creio no mundo como num malmequer, Porque o vejo. Mas não penso nele Porque pensar é não compreender... O Mundo não se fez para pensarmos nele (Pensar é estar doente dos olhos) Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo... Eu não tenho filosofia; tenho sentidos... Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é, Mas porque a amo, e amo-a por isso Porque quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe por que ama, nem o que é amar... Amar é a eterna inocência, E a única inocência não pensar...
Alberto Caeiro, em "O Guardador de Rebanhos", 8-3-1914

Diz que a Primavera chegou ontem ...

Não sei porquê penso sempre que é a 21 ...
Já cheira a jasmim e a glícinias; por todo lado se vê flores de todas as cores -  menos cá em casa ... não sei porquê  mas este ano as minhas túlipas, narcisos, muscaris e jacintos não desabrocharam :(
É nestas alturas que gostava de viver num destes sítios:

E estes recantos ? Adoro ...

imagens via http://www.shabbyandcharme.blogspot.pt/