A semana passada ouvi, assim de raspão na rádio, que nos últimos cinco anos aumentou em 80% a compra de medicamentos para a hiperactividade e a concentração das crianças ... eu, como educadora, já me habituei a que os pais digam que os seus filhos são hiperactivos ... eles sabem lá o que é a hiperactividade, as crianças são, de uma maneira geral, activas, curiosas, barulhentas mas não são TODAS hiperactivas !
Os pais também preocupam-se cada vez mais ( e desde tenra idade ) se os filhos já sabem escrever o nome, se já sabem contar até 100, se já sabem o alfabeto de cor etc etc como se uma criança de 3 anos já devesse saber o mesmo que uma de seis; costumo dizer aos pais que não devemos começar a casa pelo telhado, que há uma série de coisas a explorar e a descobrir sobre o meio que as rodeia e que eles têm muito tempo para aprenderem a escrever e a contar; evidentemente que se uma criança me pergunta quais as letras do seu nome ou que nº é aquele eu respondo, satisfazendo a sua curiosidade.
Acho que os pais, como principais educadores, deviam ler mais aos seus filhos, levá-los mais a passear, em vez de se meterem em centros comerciais e deixá-los sujarem-se mais ... enfim, isto agora dava para aqui pano para mangas; mas estamos a seguir o rumo errado no que diz respeito à educação dos nossos filhos, estamos a dar prioridade ao que efectivamente não é de todo assim tão importante e estamos a criar uma sociedade assustadora com as crianças ( amanhã adultos ) todas formatadas ... ao ouvir a notícia na rádio, lembrei-me de imediato de algumas palestras que ouvi de Ken Robinson( http://sirkenrobinson.com/skr/ ) sobre educação, que são absolutamente brilhantes; o homem é genial e tem muito sentido de humor também ! Vejam e sobretudo oiçam pois vale mesmo a pena ;)
Changing Education Paradigms
Bring on the learning revolution
School kill creativity
Muito interessante!
ResponderEliminar80% é um valor assustador. Cada vez vou conhecendo mais casos de crianças que desde tenra idade são medicadas para a suposta hiperactividade. Para além do que falaste -e não querendo generalizar- também questiono o papel de alguns médicos/psicólogos neste processo.
Os profissionais de saúde e até os professores podem ter uma influência tremenda na vida das crianças, de uma forma positiva ou de uma forma desastrosa.
EliminarNeste último vídeo, a partir do minuto 15 sensívelmente, ele dá um exemplo que ilustra muito bem o papel que um médico pode ter ... dá que pensar :/