Esta semana tem-me sido particularmente difícil ... e mais difícil é quando racionalmente achamos que até nem temos razão de queixa mas no fundo sentimo-nos tristes e fracos por calar aquele grito que quer sair, por não termos coragem de dar um murro na mesa, por baixarmos a cabeça e aceitar o que os outros acabam por decidir por nós " para o bem de todos ".
Quando por fim as palavras que tenho cá dentro a queimar saem cá para fora mas em troca recebo um " pois percebo, mas agora não é o tempo , não podes pensar só em ti há quem esteja a contar connosco ."
Pois ... não é o tempo ... os outros contam connosco ... mas não vai ser sempre assim ? Não vai haver sempre alguém que conta connosco ? E nós onde ficamos ?
Já há muito tempo que sei dentro de mim que a minha profissão já não me preenche e com muita tristeza, pois tenho uma profissão tão bonita; tem-me sido difícil de suportar, sinto-me fisicamente mal ... ao fim do dia quando faço o balanço do dia, o momento mais feliz que me vem à cabeça foi quando andei a varrer as folhas no recreio ... e isto quer dizer alguma coisa não ?
O Colégio vai conseguir continuar a funcionar por, pelo menos, mais um ano ( e isso devia deixar-me feliz e só faz com que eu me sinta pior, cheia de remorsos e mixed feelings, por secretamente ter desejado que o colégio fechasse e eu pudesse seguir outro rumo ) no entanto não há crianças para encher as duas salas, portanto ou saía eu ou a minha colega. Eu queria sair , mas todos decidiram que não , que não podia ser eu a sair , que tinha de ser a outra educadora ( ela também quer sair ) e eu tenho de ficar ...
Mas não são só as espectativas dos outros no local de trabalho, é também em casa com o marido e as filhas, é com a família e os amigos; parece que há sempre alguém que espera algo de nós, que nos comportemos de uma determinada maneira que é esperado que nos coloquemos em 2º, 3º , 4º plano, é este peso das espectativas dos outros sobre os ombros que me faz murchar um pouco todos os dias por dentro, cansa !
Mas não são só as espectativas dos outros no local de trabalho, é também em casa com o marido e as filhas, é com a família e os amigos; parece que há sempre alguém que espera algo de nós, que nos comportemos de uma determinada maneira que é esperado que nos coloquemos em 2º, 3º , 4º plano, é este peso das espectativas dos outros sobre os ombros que me faz murchar um pouco todos os dias por dentro, cansa !
No fundo, acham uma verdadeira tolice estas minhas "teorias", questionam-me mesmo se eu estou a falar a sério, que são utopias, ideias infantis e que os tempos não estão para brincadeiras que são exigidos sacrifícios a todos e que agora se levantam bandeiras mais importantes ... e eu calo-me e baixo a minha ...
Ontem, no Facebook , a Adriana partilhou um cartoon muito giro que ilustra muito bem esta sensação que, infelizmente, muitos nós partilhamos.
Sei bem como é, pensarmos sempre nos outros antes de pensarmos em nós, até porque, quando é o contrário acaba por nem ser assim. As pessoas no geral pensam em si e nem se lembram quando alguém pensou nelas antes.
ResponderEliminarVamos aprendendo a pensar mais em nós, mas é dificil quando temos responsabilidades, gente que depende de nós e acaba sempre por ser a mesma coisa... compreendo-te bem...
Fiz a salada com os dióspiros e ficou muito boa. Eu tenho dois diópireiros. e um deles dá uns dióspiros mais rijos, que chamam diópsiros de roer. Usei esses porque os outros desfazem-se muito. Mas gostei muito, quem é adepto de agridoce gosta de certeza.
ResponderEliminarbeijinhos
Também prefiro os de roer. Mas quanto à salada não sei não ... parece que agora não me apetece comer saladas frias :p
EliminarObrigada ! Beijinhos :)
Nós crescemos a ouvir falar em segurança e estabilidade e no fundo ninguém nos prepara para a insegurança e o improvável....quando no fundo bem sabemos que a vida dá muitas voltas e só não dá mais porque por vezes temos medo de sair da nossa "zona de conforto"- que o é cada vez menos. Também gostava de conseguir dar o muro na mesa...vou dando algumas palmadas ;-)
ResponderEliminartemos de ir aprendendo a lidar com estas contrariedades e frustrações ... pode ser que um dia ganhe coragem e vire a mesa de uma vez ;)
EliminarO egoísmo dos outros é baseado no medo, e nem eles sabem. Tudo na vida tem um verso e um verso, uma acção e uma consequência. Eu sou, sempre fui, de me atirar de cabeça. Mas sempre fui travado por tudo isso que referes. Hoje, estou livre e presa. Livre porque não tenho ninguém que me trave. Presa, porque tenho uma filha que, invevitavelmente, me prende. Ainda assim, continuo a sentir que vale sempre o esforço e o risco....
ResponderEliminarforça e um abraço forte que atenue o turbilhão interno
(hei-de escrever-te sobre isto...um destes dias)
Gostava muito de ler as tuas impressões a este respeito .
EliminarObrigada Rosa ! Beijinhos
Sabes que te compreendo-te bem! Partilho contigo desse dilema, entre o desejar algo que, nos tempos que correm, parece ingrato perante tantas pessoas que desejariam estar no meu lugar... Mas o importante é lutarmos pela nossa felicidade, e essa não se mede por padrões pré-estabelecidos por ninguém! A própria sociedade está a mudar, e a prova é que surgem cada vez mais manifestações de insatisfação, como o cartoon que partilhei.
ResponderEliminarTodos os dias luto um bocadinho para ir de encontro aos meus próprios padrões, mas sei que a marcha é muito lenta. Desespero muitas vezes, mas tem-me valido uma fé inabalável de que vou conseguir, e não hei-de levar a vida toda a tentar! O importante é não parar de tentar! O mais difícil é lutarmos connosco próprias, com a pressão que nos impomos por causa dos outros, mas se treinarmos diariamente, nas pequenas decisões, mais cedo ou mais tarde vamos dar o passo e o resto virá naturalmente, os outros acabarão por te aceitar, ao ver-te feliz! Não estás sozinha e não desistas, transforma esse desespero em força para continuar a remar contra a maré, vais ver que a recompensa virá :)
Beijinhos
Obrigada Adriana ! Gostei tanto de ler o que escreveste; devolveu-me alguma fé que às vezes me falta e me faz perder o norte ...
EliminarUm grande abraço e obrigada pelas palavras :*
:) Ainda bem! Beijinhos
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